sábado, 17 de outubro de 2009

Geralmente entro aqui pra escrever e não faço a menor idéia do assunto que vou tratar...


Achei um assunto que me toca. Acabei de passar quase 2 horas escrevendo e corrigindo. Quando fui publicar o google me redirecionou e negou meu login. É isso que dá não fazer essa porcaria no word. Não sei se escrevo de novo que ainda lembro bem o que escrevi, ou se desisto.

Vou mudar tudo...

Nas últimas horas fiquei refletindo sobre as diferenças culturais entre Brasil e EUA, tentei justificar os meus motivos de querer ficar no Brasil, motivos que poucas pessoas entendem. A verdade é que, conforme você for crescendo filha, você vai me ouvir contando várias histórias, exemplificando de mil maneiras. Como já disse, quero que você aprenda a aproveitar o que há de bom nas duas culturas e a respeitá-las.

Ao invés de contar as histórias mirabolantes de amizades, costumes, violência ou racismo. Vou explicar de uma forma mais pessoal. Já contei em posts anteriores como resolvi, ainda criança, a me adaptar à cultura brasileira e vi que é o lugar onde me sinto melhor. Além disso tudo, sou independente. Gosto de me virar sozinha, apesar de ter sido bem difícil passar esses últimos anos. Meus amigos têm sido fundamentais em todas as minhas fases, mas é muito diferente ficar a milhões de quilômetros de pai, mãe, tios ou qualquer outra pessoa com quem você tenha ligação biológica. É muito diferente simplesmente morar sozinha e não ter nem como ligar para as pessoas que fizeram você. Ao mesmo tempo que dá um medo enorme, me trouxe uma espécie de libertação. Não fui uma filha única mimada em sentidos materiais, mas recebi muita atenção, às vezes excessiva. Depois de aprender a lidar com a distância, tanto a física quanto a emocional, minha relação com pai e mãe mudou para o melhor. Passei por experiências importantes minha vida toda, mas as que passei completamente só com certeza foram as que mais me fortaleceram...

Morar num pensionato escuro e fedorento, não ter onde fazer um miojo, não ter uma geladeira para guardar comida, precisar comer cachorro-quente de 1 real por dias consecutivos porque era o que mais me sustentava, dividir banheiro com 50 pessoas que nunca vi na vida, me endividar, sujar o nome da minha mãe enquanto ela viajava, ter medo de não conseguir pagar aluguel, ficar de cama por 15 horas e não ter quem busque água ou remédio, emagrecer, estar endividada e me sentir fraca para trabalhar, conseguir me virar milagrosamente, trabalhar nas mais diversas áreas, reconhecer meus erros...e finalmente, engravidar, morrer de medo, me achar incapaz, me sentir pressionada e perdida sem ter família por perto... foram as melhores provas por quais pude passar. Agradeço muito por tudo, pois acho que tudo aquilo me preparou para sua vinda. Os amigos que fiz nesses anos também me ajudaram a crescer em todos os aspectos possíveis e talvez, se eu tivesse o conforto de família por perto, não teria aprendido tanto.

Desde que saí da casa da minha mãe, certas pessoas foram fundamentais. Cada uma ajudou de um jeito, me deu apoio, carinho, atenção, força, exemplo, ajudas das mais diversas...

Ruan, Augusta, Beth, Luana, Tainá, Rosa, Bina, Marcela, Mariana, Aorélio, Luma, Malu, Manchinha, André, Carlos, Nawbert, Anaterra, Flávia, Aline, Rômulo, Verônica, Wellington, Nyara, Elder, Stéphany, Cecé, Diogo, Keila, Octavio, Péricles, Tathy, Miriam, Rebeca, Maurício, Gilson, Jorge, Helô, Itaercio...só para citar alguns dos mais recentes...

Isso sem contar as pessoas lindas que foram ao seu chá de fralda na casa da Vó Guta, que gostam de mim de graça, as figuras com quem eu passei meus 4 anos da faculdade (bacharelado artes cênicas 2006) meus professores da FAP, as pessoas que me dirigiram, que contracenaram comigo, que trabalharam comigo nas outras áreas, que me indicaram para trabalhos, que me aguentaram grávida (tipo a banda, produção e técnica Denorex 80!), minha turma de psicologia corporal do Instituto Reichiano e professoras, pessoas que se preocuparam comigo antes e depois da gravidez...que me ligaram apenas pra saber como estava, mesmo passando meses ou anos sem me ver!

Fala sério né? Sou uma pessoa abençoada demais! Nunca me faltou esse carinho de amigo e apesar de não ter irmãos, você filha, tem tios e tias de sobra!
Essas pessoas citadas, mais as outras mil que fizereram tanta diferença quanta mas que estou muito cansada para escrever...são alguns dos motivos de eu querer ficar no Brasil. São essas pessoas que quero que participem da sua vida. Agora estou reencontrando minha família de sangue, e ainda ganhando novos integrantes, como a namorada do seu avô. Precisamos dar um jeito de ficar perto de todo mundo. Não quero ficar isolada no Brasil como antes, quero tentar, com sua ajuda, reintegrar as minhas maravilhosas famílias nas nossas vidas!

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